Quando eu digo heróis, eu não estou me referindo as pessoas que são merecidamente reconhecidas pelas coisas que fizeram (e somente pelas coisas que fizeram), acho importante e isso deve ser preservado. A crítica aos heróis aqui são àquelas pessoas, conhecidas, cuja a sociedade lhe atribui o honroso status de: "me sigam, pois eu tenho um algo a mais". Vamos aos casos:
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Che Guevera (fâ do Marx) |
1) Os heróis do socialismo: para os possíveis leitores que desconheça (eu soube disse há uma semana), Marx fazia oposição clara quanto ao curso da história ser determinada por heróis, ou seja, não os dava o mínimo crédito. Segundo a filosofia marxista, a história era determinada por acidentes, sob uma evolução, atribuindo-a um caráter determinístico (isso aconteceu porque tinha que acontecer). O papel de um herói como "causador" da transformação histórica não era considerado. Por que então Che Guevera e outros líderes socialistas são tão venerados como os "revolucionários", e com isso seguidos e respeitados?
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Paulo Coelho e sua "magia" |
2) Os heróis na auto-ajuda: é comum ver endeusamento nesse campo. O cara escreve algo da vida dele e simplesmente supõe que é a maneira correta de se fazer as coisas e divulga para todo mundo. O que você pensaria? "Esse caro tá louco! Não sabe nada de mim, e vem querer falar alguma coisa...." Não você não pensa assim, você na verdade compra o livro porque no título tá estampado: "APRENDA A SER FELIZ: 87 LIÇÕES PARA SUA VIDA"; você não resiste e paga para ver (afinal, está na merda... e quem não está?). Durante a leitura as coisas vão se "revelando" (- Meu Deus, era disse que eu precisava!) mas, esses "ensinamentos" possuem o péssimo hábito de... sumir. Sim, eles somem, e depois de uma semana, você volta para sua vida que "um dia irá mudar", pois "eu sou um vencedor", "eu posso", "o universo conspira ao meu favor".
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Jim Collins ("Empresas feitas"... para morrer!) |
3) Os heróis da Administração: toda ciência tem seus pais, e isso está longe da crítica proposta agora. Os heróis da administração a que me refiro são os famosos "gurus", que transformam a administração mais em show, do que em ciência; mais em carisma, do que em método.
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Ronaldo (eu não chorei) |
4) Os heróis da atualidade: quem viu todo o alvoroço em cima do Ronaldo (dito Fenômeno) e aprovou, não está no seu juízo perfeito. O cara ter jogado um bom futebol, isso é inegável, mas estar de acordo e até chorar junto com o Casa Grande é pedir para ter ódio de você.
A lista se estende e pode ser aplicada a inúmeras outras coisas. Mas só essas quatro já fornece a justificativa que eu gostaria de colocar, do porque eu odeio heróis: eles são frutos da irrealidade; o que uma pessoa realmente é, está longe do que pensam ou querem que elas sejam.
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