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20 de novembro de 2009

Formulando perguntas (cadeia de valor e terceirização)

É uma fatalidade ensinar gestão para todas as circunstâncias. É errado, tolo e sem precedentes no fracasso iminente da sua empresa. Partindo disso, esse post formulará duas perguntas sobre cadeia de valor e terceirização que a nossa "ciência da gestão" precisará responder (as respostas não virão agora, aguarde os próximos capítulos) com base em critérios bem definidos.


Para um bom gestor, identificar a cadeia de valor da empresa, e trabalhar em gerar valor novo em cada elo, é seu trabalho fundamental. É o arroz-com-feijão, o básico mesmo que precisa ser feito. Mas não vamos ser tolos o suficiente em achar que isso seja menos importante, ao contrário, é de importância fundamental essa tarefa, mesmo porque, você pode ganhar muito mais vantagem com a concorrência, apenas colocando isso em prática.

Vejamos: nos elos da cadeia de valor (atividades que a empresa desenvolve para ofertar seu produto/serviço; mais informações no post anterior), sempre há algo que pode ser melhor explorado, e consequentemente sempre há dinheiro novo disponível. Atendimento ao público por exemplo, empresas de telefonia ainda pecam exageradamente na prestação desse serviço, um elo básico da sua cadeia de valor. Portanto, manter um bom trabalho, uma boa gestão, na otimização desses elos já existentes, é tarefa fundamental do administrador (repetindo, fundamental, mas que muitos não fazem, com isso pode-se lucrar).

E quando toda a concorrência já dominou esses elos, no qual não há mais possibilidade em inovar na cadeia já existente? Bom, aí entramos em terreno mais cuidadoso, pois seu produto já virou commodity, ou seja, todos já utilizam o mesmo caminho para ofertá-lo e já fazem muito bem feito. Será necessário aqui uma nova inovação, fora do elo da cadeia de valor. Em outras palavras, é fazer uma atividade de modo diferente, e não apenas melhorar o que já estava sendo feito como no caso anterior. Mais difícil, maior risco, uma decisão que terá um impacto grande na empresa, mas uma ação necessária nessas circunstâncias, não deixando assim de capturar valor e a empresa continuar a existir. Por exemplo: você escolhe por iniciar suas vendas a partir da internet e abandonar de vez as vendas pelo meio tradicional, ou seja, um elo totalmente novo sendo criado.

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 As empresas tem sido organizadas agrupando-se sob uma administração comum, necessárias àquilo que se tem para vender. Isso faz sentido, claro, quando se reduzem os custos de obter determinado insumo. Elas são, portanto, "donas" de todo o processo. Um exemplo: o modelo T, da Ford, fazia a montagem dos carros, fabricava seu próprio aço, vidros e pneus. Tinha seringais na Amazônia, era dona da estrada de ferro que trazia matéria prima e levava os carros prontos. No entanto, quando uma tecnologia nova atua, reduzindo os custos de obter todos esses insumos, a empresa se vê obrigada a adotar essa tecnologia, e consequentemente se descentralizar.

Esse conceito é muito difundido na literatura de negócios (mas sem regras que dizem quando você deve se descentralizar). E realmente, a adoção desse maneira de gerir a empresa, trás a diminuição de muitos custos como já foi dito. Hoje se terceiriza muita coisa: as fábricas de carros terceirizam toda sua matéria prima e várias partes de sua montagem; empresas de computação terceirizam praticamente todos os componentes do computador; terceirizam-se uma infinidade de coisas: recursos humanos, serviços gerais, segurança, sistema de informação, et cetera.

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Formularemos as perguntas agora: quando devo gerar valor aperfeiçoando a cadeia de valor atual? E quando devo partir para uma inovação nova na cadeia de valor (elo novo)?
E, para finalizar, quando eu devo terceirizar? E quando eu devo fazer em casa?

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Administradores de plantão, alguma vez foi lhe repassada assim essas duas matérias? Muito provavelmente lhe disseram: "terceirizar é o caminho para o futuro"; e "você sempre deve buscar valor novo". Errado (para variar), vamos ver ao longo dos posts, quais critérios que é definido para escolher uma situação, em detrimento de outra.

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