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24 de novembro de 2009

Todos devem ganhar!

Fechando essa série sobre valor nas empresas, eu reflito que: valor é essencialmente mais dinheiro, lucratividade, isso num contexto geral da empresa. Mas a empresa é feita de material humano, de motivações, desejos, que invariavelmente passam despercebidos aos olhos. Portanto, gerar valor não é somente gerar dinheiro, como veremos, para cada ator do processo. Há outros valores a serem buscados por eles. É de fundamental competência do gestor identificar e certificar que esses valores estão sendo cumpridos.


O primeiro ator abordado será os acionistas (ou diretores, presidentes, CEOs) da empresa. O valor a ser capturado por eles já foi exaustivamente escrito aqui: é dinheiro. Eles são os que bancam, os que investem, e logicamente, querem retorno de volta (com lucros) para a empresa.

E quem deve fazer isso acontecer? O gestor, ele é o segundo ator dessa trama. É com a liderança dele que os produtos/serviços, processos e valores na organização são delineados, metrificados, executados e avaliados. Ele será o responsável pelo sucesso ou fracasso daquela inovação, daquela estratégia, daquela mudança no ponto de venda de um produto, na maneira de se fazer a propaganda, naquele desconto concedido as 100 primeiras pessoas. Ele é o quem faz, o que deve objetivar sempre o resultado. Mas para ele, o valor capturado não é apenas dinheiro (salários), como eu disse, a empresa é composta de material humano, o gestor busca, portanto, reconhecimento profissional, esses são os valores a serem capturados pelos mesmos.

Agora é vez de analisarmos os colaboradores, os terceiros  atores dessa novela, a grande maioria de uma organização. Eles nada mais são os veículos dos gestores para fazer o algo acontecer. Eles trabalham em cima de metas, de objetos já traçados, e desponta aqueles que inovam com alguma novidade de se fazer o algo, ou idéias que podem ajudar o gestor a identificar uma oportunidade ou ameaça iminente. Para eles, o valor também não é apenas salário, é também enxergar a possibilidade de uma ascensão profissional. Empresas que vislumbram esses tipo de política, demanda aos seus funcionários um ótimo grau de motivação para se trabalhar nela.

E quem valida tudo isso? Nada mais é que os clientes, ou o mercado em si, o quarto ator para fechar essa história. Ou seja, como os acionistas vão obter dinheiro, como os gestores e colaboradores vão ter seus salários, e como as empresas terão orçamento para desenvolverem ações estratégicas para sanar os outros valores buscados como: "reconhecimento profissional" e "ascensão profissional dentro da empresa"? Sim, os clientes validam tudo isso, eles precisarão comprar sua oferta, precisarão capturar o valor deles também é evidente. E o valor do cliente já é do nosso entendimento saber, pois antes de tudo, somos também consumidores: o benefício que aquele produto/serviço irá nos proporcionar; o tempo que foi gastado para adquirir o mesmo; a confiança que você tem no produto; a disponibilidade de encontrá-lo; o seu manuseio, tudo isso se reflete em valor para eles.

Uma boa proposta de valor é uma história portanto, uma trama que deve fazer sentido para todos os atores envolvidos no enredo. E fazer sentido é captar o valor que está sendo buscado realmente, e não oferecer aquilo que se pensa estarem buscando.

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