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4 de novembro de 2009

Monsieur Poirot

Se nossos cursos formassem mais administradores como Hercule Poirot, a realidade de muitas empresas seriam diferentes.
O ilustre que estou dizendo é um personagem detetive de ficção dos romances policiais de Agatha Christie, que só perde em popularidade pelo famoso Sherlock Holmes. Um baixinho, excessivamente alinhado, organizado e com obsessão pelo método e pela natureza humana.


Ele discorre por um crime, não levado a sentimentalismo ou as suas próprias convicções, ele interpreta o crime de forma lógica, racional e consequente, por meio de técnicas que vislumbram a próxima ação que o assassino cometeu. Ele faz parte dos detetives da velha guarda, e sempre há um contraponto adversário seu: um detetive que resolve "colocar a mão na massa" no caso, o trabalho sujo, as buscas por pistas, ou seja, o que não pensa tanto (não usa a massa cinzenta como Poirot diz) mas se esforça muito.
Faremos uma analogia: para que usamos a gestão? Para tudo ficar mais organizado, controlado e fácil de se encontrar? Muito além disso, gestão é sobre resultados, e resultado práticos e concretos. Aumento do número de vendas, de "markeshare", satisfação dos colaboradores, seja lá o que for que você pretenda como resultado, isso é gestão, é atingi-lo. E como temos administradores que apenas se esforçam muito (como os novos detetives), chegam até serem organizados e controlados (e acham que isso é o suficiente), mas não se dão conta que não atingiram resultado nenhum, mas se conformam com seu imenso trabalho diário.
Isso é um grande erro passado aos administradores, não somos treinados a ter um visão "a lá Poirot", como uma bagagem de métodos e princípios a serem estudos e aplicados nas vidas das empresas, ao contrário, somos induzidos ao esforço (note "sem resultados", pois se há esforço com resultados é totalmente válido) sem sentido. E digo sem sentido pois se nos apresentam a teoria, mas não o método de exercê-la, inevitavelmente o esforço não trará resultado (a não ser se tiver sorte, que também é necessário em gestão, mas isso é outro assunto).

Quero aqui dizer então, busquemos mais as características de nosso grande-baixinho personagem Hercule Poirot, que se dedicou a não a moldar a natureza humana, mas sim entendê-la de forma a estudá-la (tudo a ver com gestão isso) e assim desvendar os crimes, revelando grandes surpresas (atingindo o resultado).

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