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7 de dezembro de 2009

Planejar... para que?

Vou sair um pouco do tema "Ciência da Gestão", mais especificamente falando sobre a teoria da disrupção, e falar sobre planejamento, em um aspecto interessante do seu uso: o excesso de informação. 

Estava conversando com uma amiga (administradora também), e falávamos sobre planejar algo
. A questão era a seguinte: por que quando você planeja muito, as coisas não dão certo (ou não tão certo), e quando você decide de última hora, por exemplo, as coisas fluem corretamente? Chegamos a uma conclusão (de uma conversa de MSN, nada testado) que realmente quando você planeja muito, as coisas tendem a sair dos eixos, ou em outras palavras, saem diferentes daquilo que você planejou. E terminamos esse assunto envergonhados, pois um administrador não poderia falar uma coisa dessas, ele deve sempre ser a favor do "poder planejamento".... Será mesmo?

Diante desse raciocínio, quero expor um ponto ligado ao planejamento empresarial e costumado ser exaltados por todos os profissionais da administração: o excesso de informação sobre seu negócio, em muitos casos, é prejudicial.

Antes que você feche essa página, indignado com que eu disse, deixa tentar me explicar. O excesso de informação sobre determinada coisa, causa um sintoma pouco identificável (e difícil de concordar) que é o distanciamento ao conhecimento real daquela determinada coisa. Veja como exemplo dessa afirmação a história de Aristóteles Onassis. Ele foi um dos primeiros magnatas midiatizados que se tem notícias. Dono de uma frota naval, casou-se com Jacqueline Kennedy, viúva do presidente americano Jonh F. Kennedy. Vamos ao ponto principal: Onassis era um homem de negócios, mas diferentemente do que se pensa, o sentido literal da palavra "trabalho" não era muito seu lema. O império que ele tinha de navios, lhe obrigava a ter uma monitoração diária (pelo que se pensa usualmente), mas não, nem escrivaninha, muito menos um escritório ele se prestava a ter, ao contrário, possuia um pequeno caderno de anotações onde constava, segundo ele, todas as informações necessárias para o andamento do seu negócio. Ele passou sua vida tentando socializar com ricos e famosos e colecionar mulheres. Geralmente acordava meio dia, e se tinha algum problema, chamava seus advogados às 2h30 da manhã para um drink e discutir o problema. Um típico bon vivante.

Onassis é o contra ponto de uma situação intrigante: qual é a real eficácia de estarmos "antenados" 24 horas por dia, recebendo toda a informação possível? Será mesmo que quanto mais informação, melhor? Testes empíricos de psicólogos nos mostrou que uma quantidade excessiva de informação é sim prejudicial, senão vejamos: mostre a dois grupos de pessoas uma imagem borrada de um hidrante para que não descubram qual a figura no início. Para um grupo aumente a resolução, lentamente, em dez etapas. Para o outro grupo, aumente a resolução mais rápido, em cinco etapas apenas. Para os dois grupos, pare na mesma resolução, onde as duas imagens são idênticas. Verificou-se que o grupo que obteve a melhora da resolução mais rapidamente (em cinco etapas) identificou a imagem (o hidrante) mais rapidamente que ao outro grupo. Moral da história? Quando você é exposto a várias informações (processo lento em dez etapas por exemplo), é aumentado o estímulo em teorizar, em formular hipóteses sobre determinada coisa, e consequentemente fugindo da verdadeira coisa. Sendo assim, é muito melhor você ler uma revista mensal, a um jornal diariamente, ou estar a todo instante lendo "informações" na internet; você assimilará muito mais conhecimento.

Muito longe de afirmar que o planejamento seja desnecessário, quero apenas mostrar o outro lado da moeda, e apostar que sejamos sensatos, e não depositarmos todas as fichas no "poder da informação". Sejamos mais bon vivante, não seja um executivo chato, não encare a ânsia de informação uma filosofia de vida e tome mais drinks às 2h30 da madrugada....

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A idéia central desse post, bem como o experimento psicológico é baseado no "A lógica do Cisne Negro" do Nassim Taleb.

1 comentário:

  1. Nusss Kaka bem que você flou q o tema daria um post.. na verdade é bem relevante o que você abordou, muita das vezes bombardeamos nossos cerebros com informações que por deveras não são relevantes enquanto passa sem ser assimiladas outras importantes. Penso que devemos sim planejar e ter informações pertinentes ao que iremos propor, mas não devemos querer possuir todas por que isso acabaria em um excesso de informações desnecessarias.

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