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1 de novembro de 2009

Problemas que vi no curso

E por que eu fico aflito com o curso de administração? Bom vamos lá, acho que situações que vivi pode render um bom post.

Primeiramente acho que muita gente escolhe o curso por falta de opção, são poucos o que eu conheço que desde pequenos sonham em serem administradores, existe mesmo essa profissão? Se você pensar comigo, qualquer pessoa que faça uma pós graduação latu senso de 360 horas na área de gestão, onde possua formação em qualquer área (engenharias, humanas, exatas, tecnológicas, biológicas) terá o mínimo de conceitos de "gestão"
para comparar com administradores por formação. Portanto, para que essa graduação de quatro anos, sendo que com dois anos você praticamente tem a mesma base de conhecimento?

No meu primeiro dia de faculdade (era muito novo e imaturo) a professora perguntara aos alunos o que eles esperavam do curso, fui categórico em dizer que "nada", e sabem por que? Por não saber nada relevante do curso, o que um administrador faz mesmo? Quando eu me formar vou trabalhar do que? O que eu vou estudar durante todo esse tempo?
Ainda aflito, tive a idéia de perguntar ao meu primeiro professor (com a doce ilusão do preenchimento daquele vazio existencial) o que era o curso de Administração, e ele teve a pachorra de dizer que o curso era: "tudo". O tudo e o nada para mim é a mesma coisa, como alguma coisa pode ser tudo? Mas não o culpo pela resposta, nem procurei saber mas penso que esse professor nem fosse administrador por formação (outra grande questão complicada dos cursos de graduação em administração, em sua maioria, os professores não são administradores, são profissionais de outras áreas com especializações em administração).

Quanto as matérias ministradas no curso agora. São muito desconexas durante toda a graduação, e o pior são jogadas aos alunos, sem muito critério, codificação quase zero, apelando demais para o lado subjetivo (necessário em gestão confesso), mas sem nenhum método que faça resultados práticos na vida real de um profissional.
Senti muita falta de uma medida, de um parecer se você fizer isso vai acontecer aquilo (e não correlação mas sim causa-e-efeito) assim como é em outras disciplinas como engenharias (se não fizer isso sua ponte cai) ou medicina (se não fizer assim seu doente morre). É muito chute no escuro, muito "achismo", muita importância na "pessoa", nos seus atributos, na sua simpatia, sua espiritualidade, seu bom caráter, sua determinação, e por aí vai. Sem levar a mínima importância para o método, para a gestão ou para a ciência.
E mesmo o que é ensinado nos cursos (sim ensinam coisas), acho que fazem de forma errada em sua maioria das vezes. É mais ou menos assim: ensinam a teoria, e não dizem em quais condições, circunstâncias ou evidências aquela determinada teoria será  mais bem aplicada que alguma outra. Voltando ao exemplo da medicina, é como receitar aspirina para toda doença.

Mas e aí, eu estou só mandando lenha nas coisas que jugo ser por demais aflições, será que há jeito mesmo de se mudar o ensino da administração e termos uma profissão séria? Não sei, minha esperança é que sim, por esse motivo quero me dedicar a essa empreitada.

1 comentário:

  1. Não somente com o curso de administração; a falta de um direcionamento funcional, sério, por assim dizer, parece uma constante, mais facilmente averiguável como absurdo na graduação por acabar "formando" gente também sem discernimento, com pouco ou nenhum critério em que se respaldar para exercer um mínimo de ponderação sobre a função que lhe compete. Uma visão mais fria das coisas, com causa e efeito claras, sem um mundo de digressões sobre as possíveis dessa e daquela circunstância específica - que no fim das contas, leva mesmo a nada - realmente seria bem-vindo. Do contrário, prevalecendo a inclinação às aspirinas, teremos sempre como norma profissionais cujos os calculados são friamente movimentos, mas sem a corneta paralisadora.

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